terça-feira, 23 de setembro de 2008

Discutindo política...




No ano de 2008 aproxima-se mais um fato decisivo para a vida dos cidadãos brasileiros: eleições municipais.

É época de acirramento de ânimos, paixões políticas à for da pele, idolatria infâmia e até apostas e brigas inúteis e imbecis...

Sem dúvida, a propagando política e as questões familiares ainda influenciam muitos os eleitores na hora da decisão.

A população se configura como uma massa, um amorfo de pessoas que se deixar influenciar por instrumentos vis. E os políticos sabem disso, e justamente por saberem usam e abusam da "bestialidade" popular.

Já vi casos em que eleitores indecisos escolhem seus candidatos por motivos tais como: está liderando as pesquisas, fez o maior "showmício"/comício/"arrastão", tem o slogan mais engraçado, a musiquinha mais animada, dentre outras imbecilidades que a mente humana é capaz de produzir quando deseja concretizar um plano.

Graças a Deus (e a alguns juízes eleitorais sábios da situação), já foram proibidos os "showmícios" e "carreatas", alegado a desordem popular que estes causam. Porém ainda continuam permitidos outros meios de veiculação de propaganda chula e depreciativa.

O ato da propaganda política não está sendo utilizado com sua verdadeira intenção: veicular propostas e projetos dos candidatos; pelo contrário, serve apenas como espaço para propalar a "incapacidade" adversária e troca de acusações sem a mínima educação e respeito.

Até que tenhamos a coragem de mudar este quadro, continuaremos a ser manipulados por uma parcela mínima da população que tem a forma exata de como manipular nossas mentes.


Concordem ou não, eis a opinião de um jovem opositor do sistema político brasileiro.

sábado, 20 de setembro de 2008

Dica de Leitura da Semana


Resolvi usar este espaço também para levar um pouco cultura literária aos meus queridos leitores.
A primeira delas será o livro mais recente que li.

"Boca do Inferno", da escritora cearense Ana Miranda.

O livro trás um retrato perfeito da Bahia no período barroco com todas suas características, a corrupção do governo local, a influência da igreja Católica em descenso, a tirania, a justiça a mando dos influentes políticos, etc.

"Uma cidade que parecia ser a imagem do Paraíso vai se revelando pouco a pouco um lugar onde os demônios aliciavam aslmas para povoar o Inferno."

O livro é fascinante para todos os leitures, mas em especial para os apaixonados da literatura barroca.

Os personagens principais desde magnífico enredo são Gregório de Matos, poeta barroco muito conhecido por suas sátiras, e o Padre Antônio Vieira de Melo.


O enredo gira em torno do assassinato do alcaide-mor de Salvador. Os conspiradores são perseguidos pela máquina administrativa. A história se desenrola com revelações de uma população dominada pela corrupção.


"Boca do Inferno" foi incluido na lista dos cem maiores romances da língua portuguesa no século XX e redeu a Ana Miranda o Prêmio Jabuti de literatura em 1990.



Vale a pena a leitura, espero que gostem.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Iniciando

Bem caros amigos, como sou mero neófito nesse negócio de Blog, resolvi postar como primogênito um poema de Fernando Pessoa, cujo título é "Iniciação"



"Iniciação"

Neófito, não há morte
Não dormes sob os ciprestes,
Pois não há sono no mundo.
O corpo é a sombra das vestes
Que encobrem teu ser profundo.

Vem a noite, que é a morte,
E a sombra acabou sem ser.
Vais na noite só recorte,
Igual a ti sem querer.

Mas na Estalagem do Assombro
Tiram-te os Anjos a capa.
Segues sem capa no ombro,
Com o pouco que te tapa.

Então Arcanjos da Estrada
Despem-te e deixam-te nu.
Não tens vestes, não tens nada:
Tens só teu corpo, que és tu.

Por fim, na funda caverna,
Os Deuses despem-te mais:
Teu corpo cessa, alma externa,
Mas vês que são teus iguais.

A sombra das tuas vestes
Ficou entre nós na Sorte.
Não ’stãs morto, entre ciprestes.
Neófito, não há morte.

(Fernando Pessoa - Iniciação